31 de julho de 2013

Alguém á beira mar

''Correndo descalça sobre a areia fina e quente desta praia imensa. Fugindo de algo que possa me prender, e me arrastar para as suas profundezas de um oceano, que possa me deixar imerso. Correndo com a respiração ofegante, e os pés já doloridos, com o coração palpitante. De repente alguém me joga ao chão, não consigo enxergá-lo, o sol está tão forte... seus raios ultravioletas são capazes de cegar meus olhos. E de repente, este ''alguém'' me arrasta até um canto da praia, e diz sacando uma arma:
- Você sabe nadar?
- Porquê essa pergunta?
- Ora, se tiver habilidade e chegar até o mar, poupo sua vida.
Depois de ouvi-lo tento olhar novamente para o seu rosto. E olho atentamente tentando reconhecê-lo vejo que eu já o vi antes. Mas onde? Logo em seguida, tento rastejar o mais rápido possível até chegar pelo menos ao raso deste imenso mar. E então este alguém vem em direção á mim, carregando alguma coisa em suas mãos.
- Ó minha pequena, este mar é muito bravo para uma sereia tão sensível. E de repente quando tentei me manter em pé, o tiro foi certeiro. Caí, e as ondas me arrastaram para suas profundezas.
Alívio. Alívio ao acordar deste terrível pesadelo. Levantei-me e fui olhar a janela, o mar está calmo, o sol já se pondo. Sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo. Mas mantenho em minha mente, que tudo aquilo foi somente um pesadelo, e pesadelos não são reais. Será?''

28 de julho de 2013

O silêncio dos que gritam

''Eu não sou uma pessoa que sofre calada. Que ama calada, que sonha, e que vive calada. Não consigo chorar baixinho, não sou de sorrir sem gargalhar. Não sei sentir, sem demonstrar. Não amo em silêncio, não esconde o amor. Grito meu amor por todos os cantos, demonstro oque sou por dentro, já que temos por fora nosso encanto. E aprendi que mais importante que o encanto por fora, é o quão fascinante si é por dentro. Embalagens encantadoras, podem carregar um produto sem graça. Grito a felicidade, grito a beleza e o espetáculo que é estar vivo. Silêncio, enquanto minhas dores berram dentro de mim... e choro.  A minha maior defesa, ou forma de querer, ou dizer alguma coisa, é muitas vezes acompanhada por um choro. Como na infância. Talvez eu seja por dentro uma menininha inocente, insegura, que precisa de colo, e de alguém que a ensine caminhar... Que durma segurando sua mão e diga que o bicho papão não está em cima do telhado, e que bruxas não existem. Talvez. Como sou sensível, como sou explosiva. Em uma discussão, eu toco na ferida do outro, mais depois me vejo em prantos. Dou importância, se fulano ou ciclano não gosta de mim. Fico me perguntando: Porquê, não? E procuro sempre agradar, muitas vezes até quem não devo. Eu vivo aos extremos, me entrego inteira, mergulho de cabeça, não consigo impor limites, não consigo medir o tamanho da minha corda, ao digamos ''saltar de Bungee Jumping''. E acabo me enforcando. Pensando bem, não teria metáfora melhor para os meus momentos, em que ''dou demais, e não acabo recendo nada em troca''. Mas, hoje sei muito bem o tamanho da minha corda, e estou pronta para um novo salto. Nem que pra isso tenha que me enforcar mais uma vez, pois é errando que se aprende. E num desses saltos, e quedas a gente acaba acertando, e aprendendo a ser forte''.