14 de maio de 2017

Ser artista


O quê é então ser artista?
Será mesmo que é estar imune e impune de todos os males, críticas, e das aberrações?
E até mesmo, de ser visto como uma aberração? Não. Isso apenas não faz de um artista, um artista.
E mesmo que tivesse todos adjetivos, pós e contras sobre tal característica ou personalidade artística, todo meu argumento ainda assim não descreveria a arte. A arte me completa.
Talvez, seja esse um dos motivos que me fazem ser o que sou. Artista. Um ser completo de arte.
"E quando você sobe no palco, você não tem medo?"
Não eu não tenho... a emoção toma conta sabe? De tudo. E eu sei que não estou ilesa dos males, das críticas, e sinceramente se eu fizer com que a minha arte, toque o coração das pessoas, de um jeito sensível, tácito, empolgante... eu não ligo até mesmo se isso for nomeado como, aberração.
Lá eu sou a minha arte. Não sou o que choro escondida, nem o que grito que escutam do outro lado da esquina. Eu não sou meus pés caminhando no chão cheio de cacos, nem meus sonhos em travesseiros de nuvem. Não sou o peso do mundo, eu sou a tradução do que é ser leve. A minha arte é feito uma transfusão não de sangue, mas de sentimentos. Onde a doação é a entrega.
E arte é o que faz os seus medos, transformar-se em melodias. Doces, suaves, que te deixam em transe. Em plena calmaria talvez. Mas sempre com a mesma intensidade, e reciprocidade.


29 de janeiro de 2017

Detalhe

Olha, eu deixei de dizer uma coisa naquele dia em que nos conhecemos.
É, talvez eu tenha me esquecido de um pequeno detalhe.Tudo bem, eu concordo. Nem tão pequeno assim. Nada incompreensível. Mas, com tamanho suficiente de não ser tão fácil assim de compreender. Uma coisa que pode aliviar é que, sabe, todo mundo tem um pouco disso. Uns mostram mais... outros menos. Outros jogam na lata, logo no primeiro encontro. Outros, escondem o jogo. Eu, simplesmente não mostrei todas as minhas cartas. E infelizmente, ou não sei se seria tanta infelicidade assim, sou o que sou também por esse detalhe que me persegue, amedronta, talvez?! E me deixa insegura, toda vez que tenho que falar sobre... O detalhe em questão é: eu não sou perfeita.
Você vai precisar entender, que eu quero estar junto sempre. Que eu quero o seu cheiro grudado em minha pele, como se fosse o meu próprio cheiro. Que os tranquilizantes farmacêuticos, não possuem a mesma eficácia que o seu abraço. Que a minha extrema necessidade de amor, assusta as vezes. As vezes parece excesso, as vezes eu pareço louca?! Uma fera? Sou grossa? Começo discussões como se fosse o fim de nós, e choro como um bebê sem colo? É... A verdade é que por dentro eu me vejo, com 6 anos novamente, com medo do escuro, com medo do mundo lá fora. Eu tranco a menininha, e dou a chave para a mulher que esbraveja quando está com raiva, quando está nervosa, quando está insegura... Mas, no fundo eu só quero que alguém pegue a chave da minha mão, e deixe a menininha ser ela mesma. Sem medo, sem culpa. E alguém que não a julgue por isso. Perdoe minhas variações de humor, e por favor não desista na primeira falha minha. O ser humano possui falhas. A gente mostra o que a gente considera como "pior lado", para quem a gente ama. A gente só revela nossos piores defeitos, para aqueles que sabemos que, "aquilo" não mudará o sentimento que plantamos. E que a gente rega, todos os dias. Com "Bom dia meu amor", "Dormiu bem?", e com "Eu só queria ficar aqui...".
E quem te entende, permanece. Pode puxar sua orelha, conversar sobre falhas que podem ser reparadas, e te faz ficar tranquila por que, nada vida está cem por cento perdido, nem mesmo nós. Quem entende a gente, ama e aceita. Joga a chave que a gente tranca nossa fragilidade fora. E faz nossa fragilidade, se tornar mais madura, mesmo que caia, leve tombos feios ralando os joelhos. Quem ama a gente, levanta a menininha que a gente trancava, faz curativo e dá a mão se for preciso. A gente paga um preço por ser nós mesmos, mas, ao final das contas, só temos a ganhar. Os joelhos estarão ralados, mas a alma e o coração estarão curados de qualquer medo de ser quem a gente é. E a pessoa te olhará e te amará ainda mais, por ter te encorajado a ter entrado no seu interior enfrentado e aprendido a lidar, com o mostro da imperfeição.