20 de fevereiro de 2014

Coração ás avessas

Estremeço diante de ti, apareço pelo avesso. Não sei se clareio, ou se escureço, se acrescento ou diminuo, se paro ou continuo. Não sei se fico, ou se caminho, meu coração pulsa em profundo desalinho. Batidas descompassadas... disparo. Como uma bala que atinge o teu beijo e jorra o vermelho dos teus lábios. Atinge a menina dos teus olhos e te faz enxergar o lado escuro do dia. Ardia. É dia... o sol arde, a ferida arde...dói, corrói, aos poucos destrói. O sol queima a pele, cega os olhos, o amor nos cega. O amor nos faz queimar. Coração covarde, que teme o desconhecido. O apaixonado se diz fracassado por temer a dor do amor, e por ela é vencido. Se julga derrotado... esmagado pelo peso da paixão, mas não. Quando estamos do avesso, necessitamos que alguém nos coloque do lado certo. Estamos todos expostos, como roupas penduradas. Juntos nos desavessamos. Sozinhos na vitrine do mundo, não passamos de peças avessadas.

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