19 de janeiro de 2016

O preço e o valor da vida


Carlos, erá um empresário muito bem sucedido, gerenciava uma das maiores empresas do país. Era sorridente, olhar sedutor, uma boa lábia. Carlos tinha total aparência, de um homem de sucesso.
O amor para Carlos, baseava-se em vinhos caros, e restaurantes frequentados pela alta sociedade. A companhia ao seu lado, era atraída pelo seu poder, seu nome conhecido e respeitado, e seu aparente sucesso. Para tudo aquilo que Carlos quisesse, como em um leilão, ele arrematava, com o seu preço.
Porém, tudo isso mudou... quando a empresa de Carlos, faliu.
A crise no país fez com que Carlos, despedisse grande parte de seus funcionários. Certas regalias da empresa foram cortadas, verbas não liberadas, ou diminuídas. Com menos funcionários, a empresa produzia menos, e consequentemente gerava menos. E em pouco tempo foi o fim, de um império, (assim chamado por Carlos).
Uma semana depois, desse fato que o atingiu em cheio, Carlos me procurou.
Tomamos um café, (há quanto tempo não tomávamos...), e então ele começou o desabafo.
Eu ouvia tudo com atenção, e muitas vezes quando o sapato de Carlos apertava, era a mim que ele procurava. Eu, via em minha frente, um homem que tinha tudo, e ao mesmo tempo nada. Um homem movido a contas, e reais, e coisas superficiais...que viram pó. Um homem, que como dizia Oscar Wilde, sabia o preço de tudo, mas não sabia o valor de nada. Eu via, um homem que teve sua empresa falida. Carlos se via como um homem falido. O apego as coisas materiais, é triste. Elas se degeneram com o tempo, viram pó. Nós continuamos inteiro.

''Eu sou um fracasso, eu podia ter tudo oquê quisesse, você não entende, não é? Jamais eu estaria nessa espelunca comendo esse salgado amanhecido...''

Essa foi a frase que Carlos me disse. Eu poderia ter rido da cara dele, ou melhor ainda, ter lhe dado um belo tapa. Pelo fato de dizer que é um fracasso, pelo fato de dizer que eu não o entendo, e de reclamar do salgado. Mas, ele não reclamou do café. E no fundo, ele sabia que eu poderia ajudá-lo, a afrouxar os seus sapatos.

Foram algumas semanas, alguns meses, eu diria. Para Carlos poder enxergar, o real valor da vida.
Ele frequentou os mesmos restaurantes, que costumava frequentar. Não obviamente, pedindo o vinho mais caro, o prato mais completo da casa. Não estacionou um carro do ano na porta de entrada, para que todos vissem, nem desfilou seu terno vindo direto de Madrid...
Carlos me interrogava sempre depois desses jantares. Ele se assustava em como as pessoas o tratavam diferente. Em que muitos que diziam seus amigos, fingia que não o reconhecia.
A ganância torna o ser humano orgulhoso. O orgulho nos torna arrogantes. Passamos a ter desprezo com o ser humano, nos achamos autoritários para ferir quem quer se seja. Até que nos firam, quando estamos nos lugares daqueles que tanto ferimos.
Depois do tempo fazer Carlos enxergar o sentido de tudo, e o valor das coisas, ele se tornou um milionário.

''Eu sou uma pessoa com riquezas em minha vida, que dinheiro nenhum é capaz de se igualar ao valor de cada uma delas''.

O bem mais valioso que um homem pode possuir, é bom caráter, e valor interior.

Carlos, aprendeu a valorizar um sorriso sincero, daqueles que riam por espontaneidade, por quê se sentiam bem em sua companhia. Nada era forçado. Aprendeu que o amor de uma mulher não se pode comprar. O dinheiro compra um travesseiro macio, mas a mente que se encosta sobre ele pesa. Carlos aprendeu, que o melhor conforto é encostar mesmo que seja em um ombro amigo, a sua cabeça e ter a consciência tranquila e leve. Livra-se dos fardos, e pesos dos ombros.

Por isso, pratique o desapego das coisas materiais. Você é você, a empresa é a empresa.
O dinheiro um dia pode acabar. E acaba. Nós continuamos inteiro, aqui na terra, e em outro plano.

Saiba o seu valor, não o preço de tudo.


Valorize as riquezas que você tem em sua vida. Amor, felicidade, amigos, família, a VIDA.


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