Quantos barcos no teu cais? Quantos náufragos no teu mar? Quantos tiros no teu peito? E com eles, oque tem feito? O tiro cravado... pelo teu ato de amar.
O barco, o náufrago, o tiro, o peito escancarado, a ferida e o machucado, todos juntos nos veleiros da vida, moldando e levando teu nome, Mar! Com você, o quê há? Que imensidão teus olhos me revelam, e ao mesmo tempo nada compreendo? Que abismo incrível é esse ao fundo dos olhos teus. E que gosto é esse que me molha a boca, e faz viver?
Ah! Menina... não fala isso. Não me faça isso. Os corações de pedra, dificilmente voltam a se apaixonar. Tudo em você é imensidão. Intenso. Vivo, como uma borboleta a sair do casulo.
Você é apenas uma menina sonhadora...
Então, me deixa sonhar... então me deixa jorrar. Deixe que fira, deixe que eu nade, deixa que eu corra, deixa que eu caia, deixa que eu pule, e gargalhe exibindo minha saia rodada, Deixa eu moldar meus caminhos tortos, ainda assim, na esperança de que, meu passo cruze no teu.
Mas menina, você nunca parou pra pensar que...
Fique quieto. Eu te digo: a vida é um passo cruzado. É fogo cruzado. É caminho cruzado, traçado. Moldado, destinado, o que seja. É uma lambada que se toca, pra tanto remelexo que a gente dá na cara da tristeza. É uma melodia doce e cruel ao mesmo tempo. A gente chora de tanto rir, e depois chora de novo. E depois ri, mais uma vez. E mais outras, e assim vai. É um passo a ser ensaiado, é um bando de desatinados, apaixonados, desafinados, e afinados. Mas nesse acorde, que o mundo toca, eu só quero aprender o tom certo para tocar com o seu coração.
Ah.... e em relação ao mundo, como dizia meu amado Drummond:
Não é nem isto, nem nada
É som que precede a música,
sobrante dos desencontros,
e dos encontros fortuitos,
dos malencontros e das miragens,
que se condensam,
ou que se dissolvem em noutras
absurdas figurações.
O mundo não tem sentido.
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