28 de dezembro de 2013

Pássaros em voo


''Não podemos aprisionar as pessoas que amamos. Temos que deixá-las livres. Livres como pássaros em voo. Livres para sentir, conhecer, descobrir. Não posso lhe obrigar a ficar, não posso simplesmente trancar a porta, e lhe manter em cativeiro. Não posso te manter preso, até dezembro, janeiro. Não posso mudar todos os teus móveis, de uma maneira que me agrade. Não posso mudar a cor do seu apartamento, colocar a sua cama, mais perto da janela. Não posso lhe convencer a fumar outra cigarro, uma marca melhor, ou mais em conta. Não posso lhe convencer a beber champagne, sendo que você prefere vinho tinto. Não posso, abrir teu guarda roupa e me desfazer das roupas que não me agrada. Não posso fazer com que você se distancie de pessoas que você goste, porque eu não simpatizei com alguma dessas pessoas. Não posso trocar os seus discos, pelos discos que eu costumo escutar. Não posso mudar nada, definitivamente nada em você. Não posso querer mudar algo, porque não me agrada. Oque realmente importa é se te faz bem, se agrada você. Se você gosta, simpatiza, se dá bem. A vida é assim. Não podemos mudar algo no outro, só porque este algo não é de nosso acordo. Precisamos ver um modo, arrumar um jeito, inventar uma estratégia, oque seja, para nos adaptar ou melhor aceitar, acostumar. Só assim, teremos pessoas verdadeiras ao nosso lado. Mudar para agradar, é perca de tempo. Quem nos ama realmente, ama com nossos chiliques, loucuras, manias, e costumes. Por isso, repito, nós precisamos deixar quem amamos livres. Não manter nossos ''pássaros'' aprisionados em gaiolas. Eles precisam conhecer novos ninhos, alçar novos voos. E se um dia, por ventura, por ironia do destino, ou obra do acaso, eles voltarem, com suas asas feridas por causa de um voo que não deu certo, ou por achar que suas asas eram maiores ou mais resistentes que suas vontades, devemos recebê-los. E cuidar de suas feridas. Se for preciso, até reensiná-los a voar. Até que um dia, eles aprendam a voar, acompanhado por quem lhe ensinou o caminho. E respeitou suas vontades, amando como eles são. Mesmo eles querendo voar, e voltando com suas feridas, eles voltam para os braços de quem realmente os ama, e fica''.

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